sexta-feira, 15 de maio de 2009

Relato de tudo Desde Novembro do ano passado até Agora

(Data de Rascunho:29 Setembro de 2008)


Yn e Yang


Meus amigos e minhas amigas não me tem sido possível actualizar esse relato das minhas demasiadamente longas provações nesses dias infernais.
A tal hospeda a qual tive que fazer frente na rua graças aos incompetentes membros da guarnição da esquadra de polícia da Mouraria que nada fizeram para impedir esta mesma senhora de nos tentar agredir foi colocada noutra pensão do mesmo dono do cortiço onde tentamos sobreviver.
Para azar da minha família e meu, os hóspedes que vieram para o lugar desta mesma senhora não têm sido melhores peças, por vezes parecem piores do que esta senhora e vos digo isto porque poucos dias depois da tal senhora ter sido recambiada, entrou aqui um casal estranho quase saído dos filmes de suspense mais extremos estilo Madame X ou como os vizinhos estranhos da comédia S.O.S Vizinhos ao ataque e eram estranhos porque se comportavam duma forma inusitadamente estranha porque quase nem falavam com ninguém, a minha mãe se ofereceu para os ajudar e eles nem resposta deram e acabamos por descobrir que eles usavam drogas ilegais.
Além disso tudo esse par de jarras tinha o hábito de embirrar connosco apenas por ouvirmos as emissões radiofónicas da Legião da Boa Vontade e da Igreja Mundial apesar de mantermos a nossa telefonia num volume de som mínimo que mal dá para ouvir e essa rica parelha saiu assim como entrou, sem se dar por eles.
Foram trocados por um para de jarras de porcelana ainda mais rasca porque um deles de origem africana começou com ameaças que trazia para aqui a tal hospeda e por consequência deixamos de ver TV como víamos e o seu companheiro é meio baralhado dos cornos e como não fosse suficiente esse senhor africano quando está com os copos ou pedrado ou em ambos os estados coloca a telefonia a altos berros e o nosso tédio ficou ainda maior.
Maior problema agora é a minha saúde porque dia 2/09/08, tive uma hemorragia nasal e uns dias depois fui ao IPO para o meu neurologista passar a receita dos meus remédios para depois a assistente social do IPO me passar a requisição que me permite ir buscar os remédios a custo zero na farmácia em frente do IPO.
Como já não bastasse ter que aturar as narsas dum hóspede cujo filho violou um bebé de 15 meses e este mesmo filho está preso na cadeia da Carregueira (estrada de Belas, Sintra) ainda ter que aturar com esse bêbado que se diz primo da bêbada que enfrentei na Mouraria é castigo demasiado.
Mas nessa ida mais recente ao IPO apanhei o meu médico no mesmo estado que eu, ou seja, com os nervos fora dos eixos; no entanto quando lhe contei da hemorragia nasal que pela cor do sangue como pela sensação de repelões que senti vi que era de sangue arterial, quase provoquei um desmaio ao meu médico que me enviou de imediato para a consulta de cardiologia que está marcada para dia 13/10/08 e foi marcada porque o meu médico desconfia que a neurofibromatose esteja a chegar ao coração, embora eu tivesse temido uma consulta de hematologia porque pelo que aprendi na escola hemorragias nasais sem causa aparente conjugadas com dores nas articulações é sintoma de leucemia; no entanto só saberei uma resposta concreta dia 23/10/08 data da minha consulta de neurologia e na qual saberei o relatório da consulta de cardiologia.
A luz desta triste história é que recebemos uma chamada da CML a dizer que a nossa travessia do deserto está próxima do fim e este fim para mim seria melhor que qualquer possível cura da neurofibromatose ou prémio grande no euro milhões porque quando estiver na minha nova casa poderei morrer em paz porque não estou a dormir numa pensão e sobretudo estarei a morar numa casa e nem deixarei a minha família sem casa e nesse dia beijarei o chão do meu novo castelo tal como o Grande Papa fazia quando visitava um novo país…


(Data do rascunho 30/09/08)

Qual A Definição de Família E De Bondade ou Sacrifício Para um Bem Maior

O meu MP3 ou 4 (porque dá para guardar fotos e vídeos) se avariou ao fim de doces 4 meses de bons serviços sem eu ainda sem saber porque se avariou.
Acabei por ir a Fnac do Chiado, mas os nervos eram tantos que nem ouvi o responsável da área de som que me estava ontem (dia a seguir da avaria) a dizer os direitos que tenho como cliente e ao fim das contas era a decisão certa a explicação que este último me estava a dar.
E cometi um acto estúpido que foi ter ido a Fnac do Colombo que fica noutro extremo da cidade de Lisboa e para pagar os bilhetes de metro para a ida, fiquei sem dinheiro para o pão.
E foi um erro não apenas pelo lado financeiro bem como pelo lado objectivo primário ou principal neste problema com o meu mp4 Sony o qual chamo I-f… (em estilo de sátira com o ícone da Apple, I-Pod) que era trocar por outro qualquer fosse da mesma marca ou não; no entanto na Fnac do Colombo fui mal atendido e ainda tiveram o descaramento de dizer que a caixa não correspondia ao aparelho porque o nº de série que vem na caixa e que é o mesmo que estava colado no aparelho, mas este autocolante caiu porque a cola não é eterna.
E a minha punição na qual fiz também a minha família pagar e esta punição foi vir a pé do Colombo até a Fnac do Chiado e no meio do caminho discutimos mais do que muito e ainda encontramos um antigo amigo de provação nos tempos em que ainda estávamos na pensão que era paga pela Santa casa e colocamos a conversa em dia, ainda pedimos ajuda a assistente social do IPO para o metro porque já nos custava a andar.
Infelizmente não nos pude ajudar e nos arrastamos até a Fnac do Chiado para mandar o mp-4 para o arranjo e aí vimos que não tínhamos dinheiro para o pão e hoje ligamos para a minha irmã e para um primo nosso e todos se recusaram.
E como ninguém nos quis ajudar resolvi devolver a gramática de alemão com exercícios que a minha mãe comprou faz hoje duas semanas e com este sacrifício obtive dinheiro para o pão
Não sei como classificar essas atitudes de pessoas do meu sangue que no caso da minha irmã passa a vida a nos pedir e no caso do meu primo só comemos no Natal e na Páscoa (muito católicos) e ainda se dizem bondosos.
Enfim paguei pelos meus erros, estou na expectativa para ter o meu I-F… de novo nas minhas mãos e já encomendei um exemplar novo da gramática e conto os dias infinitos para sair deste inferno onde estamos…

(Data do rascunho: 03/10/08)

Dilema Intelectual

Por vezes fico a pensar se não sigo uma corrente de pensamento mais extremista porque há alturas em que muitas pessoas de outras origens me faltam ao respeito sistematicamente.
No entanto há o reverso da medalha quando os não -portugueses me respeitam e os portugueses não fazem; e então sinto – me num beco sem saída porque tenho o terrível hábito de levar tudo a peito.
Deito-me a ouvir a Radio France International a ouvir as notícias e a pensar no que fiz durante o dia, tais pensamentos por muito bons que sejam não me deixam dormir nem mesmo depois de desligar a telefonia.
Ainda hoje fui ver se o meu mp4 está pronto e ainda não está e nesta caminhada aproveitei para comprar pão e ainda fui juntamente com a minha família e com a filha duma hospeda para que a mãe desta adorável criança conseguisse emprego.
De resto vamos esperando porque apesar de nos terem acendido uma vela de esperança ainda não nos deram o círio luminoso da alegria e os fósforos para o acender e dia 13 está próximo e não queria morrer sem ver a minha família com uma casa porque seria sinal que tínhamos um tecto.
Porra, nunca mais acendo esse bendito círio de luz e esperança e quando o acender vai ser a maior alegria que vou ter mesmo maior se me curassem de todas as minhas doenças…


(Data de Rascunho: 09/10/08)

Dias Negros, Dores Sem Fim, Atitudes Tenebrosas

Meus amigos e minhas amigas para começar esta inusitada entrada ou capítulo vos tenho que fazer uma inconfidência que é esta: Tive durante mais dum ano uma almofada financeira que era a nossa almofada salvadora quando precisávamos de comer que era a pensão da minha avó.
Desabafo feito, já posso então começar essa entrada que vos vai contar o que tenho passado nesses dois dias que foi um afundar maior nessas trevas da provação que parecem estar mais negras do que a tinta que para escrever nas páginas do caderno que serve de rascunho para as entradas deste blog.
Eu ontem vendo-me sem pão e quase sem comer pensei em me suicidar porque sofrer com problemas de saúde já dói demais e se juntasse fome seria um castigo demasiadamente grande.
Não comecei a partir tudo, mas fiquei num turbilhão de pensamentos úteis e inúteis e vendo a minha mãe o caso mal parado foi pedir ajuda a mãe da tal criança mencionada na entrada anterior que sendo seguidora dum culto evangélico fez uma leitura da bíblia e me acalmou e fomos conversando e serenou ao ponto de eu ter tido a ideia de mudar de tarifário do telemóvel para poder aumentar o tempo de armazenamento das nossas coisas no armazém da empresa de mudanças.
No entanto esta senhora e origem brasileira e que todos nós pensávamos que tínhamos ela como uma amiga, arranjou uma forma dos filhos não falarem com ninguém e depois a tal criança que foi connosco a Fnac disse-nos que tinha ordens não sei de quem e disse-nos que só poderíamos ir ao quarto deles quando os pais deles lá estivessem, mas a criança o disse duma forma que nos magoou após nós tendo dado o que não podíamos quando os vimos a passar fome.
Enfim fizemos a nossa parte embora tivéssemos tido essa enorme decepção que nos magoou bem fundo nas nossas almas e nos nossos corações.
Mas não foi tudo e ontem antes de ter mudado o tarifário do telemóvel, a minha mãe foi ao trabalho dela pedir para fazer duas chamadas e foi barrada a entrada nós não sabendo porquê; como podem ver tem sido e havido muita merda e a única coisa boa que nos aconteceu ao fim das contas foi a recepcionista da pensão nos ter emprestado algum dinheiro para pão, mas não era o que queria, mas nos deram uns tabuleiros de comida que os hóspedes não queriam.
Nesse mesmo dia infernal a minha irmã arranjou uma cena marada com o meu cunhado que nos deu muitas dores de cabeça para serenar o fogo que eles atearam, mas se não nos queriam falar mais valia dizerem logo porque assim não nos ofenderia e hoje fomos ver se conseguíamos alguma ajuda e fomos ver se o mp4 estava arranjado mas nem uma coisa nem outra e o dia da consulta que mais temo está vindo e amanhã vou ver se consigo ajuda doutro lado.
Foda-se, chega de tanto inferno, cada vez me sinto mais mal comigo mesmo, apenas me resta esperança porque até já li o livro “O Amante” de Maguerite Duras que é um grande livro e que quando eu ter a minha biblioteca estará em lugar de destaque, mas mesmo assim mesmo lendo este grande livro não me senti bem.
Apenas quero ter uma casa na qual quero acender o mágico círio da luz orgásmica que é recuperar um direito que nos foi roubado duma forma tão vil e me desculpem os palavrões mas são as dores da alma a falarem mais alto.






(Data do rascunho 17/10/08)

Quais e Quantas Cores O Vento Tem

Nestes dias que têm passado e ainda não tendo o meu mp-4 e já nem sei quando o terei por cada dia em que vou a Fnac do Chiado inventam uma desculpa qualquer apesar de eu já ter gasto demasiado dinheiro em chamadas para estes labregos.
A tal família luso-brasileira é como o vento porque há dias que nos fala ao ponto de nos convidar para jantar e há alguns dias a minha mãe arranjou emprego para a mãe da criança falada antes mas esta cuspiu o emprego fora, bem acho que não lhe fazer falta.
O ruído tem continuado apesar de cada vez suportarmos menos tanto ruído feito pelas vizinhanças e que ninguém quer fazer nada para parar e quem se lixa somos nós.
E na Fnac parece que nos gozam de cada vez que lá vamos e a paciência se vai esgotando cada vez que lá ponho os pés e a paciência vai faltando cada dia que passa.
Parece que a suspeita do meu médico não passou de suspeita mas mesmo assim quero esperar por dia 23/10; entrementes parece que vou a casa da minha irmã e ao mesmo tempo confirmei que o tal casal se quer mesmo afastar de nós nem sabendo nós a causa do afastamento.
A grande porra é que cada vez mais estamos mais isolados neste inferno do que nunca e parece nunca mais quer acabar ao ponto de eu ter ideias suicidas porque já estou farto deste inferno, desta monotonia.
Ainda antes de começar esta entrada pensei em me matar mas parece que só o ouvir me acalmou num dia que começou mal porque levamos sopa do centro de dia da Santa Casa para não falar da merda do mp-4 que nunca mais se resolve e cada vez vou sentindo menos esperança na vida.











(Data de rascunho 02/11/08)

Desilusões e Surpresas

Após tanta espera e desespero para ter o meu I-f…, já o tenho comigo completamente renovado por dentro, mas esses últimos dias também tiveram as suas desilusões.
A primeira desilusão foi a tal família luso-brasileira ter se ido embora sem dizer obrigado ou adeus ou deixar qualquer contacto, depois foi uma série de maus entendidos na casa da minha irmã que nos impediu de nos deslocarmos para lá; parece que foi por causa da senhoria, mas tudo se resolveu.
Bem no caso da NF, tive uma semi-boa notícia porque não se espalhou para o coração embora já esteja espalhada pelas articulações das pernas, mas nesta vida que nós temos não podemos ter tudo nesta vida que queremos que seja longa embora em alguns casos seja muito dolorosa.
E para a reconstrução do I-F… a minha mãe teve que se meter na compra dum computador portátil a crédito que além de ter resolvido em definitivo o problema da reconstrução das músicas serve também para escrevemos as nossas cartas e para aguentarmos o barulho que continua embora eu tenha estado um pouco mais positivo, sei que para muitos e muitas de vocês esse meu positivismo pode parecer paradoxal porque o meu médico me passou um sedativo para ver se durmo decentemente mas a secretária do meu médico me deu uma imagem da sagrada família que me encheu de esperança.
Agora além de querer ver os meus 4 sobrinhos, queria também ter uma casa para conseguir suportar as dores cada vez maiores provocadas pela NF e poder dizer que posso morrer numa casa digna e não num inferno porque para inferno já basta esta tamanha provação que estamos a passar e que já estamos fartos de sofrer.
A única coisa que debelava este sofrimento impossível de aguentar seria acender o círio da alegria que era ter uma casa, melhor falando voltar a ter uma casa…








(Data de Rascunho: 16/11/08)

Estar na Merda é Ser Humilhado ?

Para começar bem esta entrada ou artigo vos digo que me estou a dar a bem com o meu computador portátil e tem servido como um escape e ao mesmo tempo como local ou material para escrever os rascunhos das cartas que temos que enviar que após correcção se transformam nas cartas para quem de direito e de dever nos pode ajudar e nos deve ouvir; no entanto aqui neste inferno que é esta maldita pensão onde estamos têm acontecido uma sucessão de mal-entendidos que nos deixou num ponto de ruptura e que nos faz pensar em mudar de pensão.
Da CML nem sim nem sopas e só agora que a porra da advogada oficiosa é que está teoricamente a se mexer mas não o suficiente ou não mexe naquilo que devia.
A minha maninha apenas nos deu alguns poucos pães e ironicamente estando a trabalhar na mesma padaria onde íamos quando estávamos na pensão paga pela Santa Casa.
E nesse espaço temporal fui enganado, melhor, bem enganado pelo meu novo operador de telemóvel porque não explicou como deve ser o novo tarifário e não gosto nem tenho paciência para ser enganado por uma cambada de chulecos.
Para ter dinheiro para pão, a novela se voltou a repetir e tive que devolver a gramática e voltei a encomendá-la e essas merdas só me têm causado enxaquecas que me deixam louco com dores e que chamo enxaquecas “kamikaze” e por causa das quais fui pedir ajuda ao meu médico e dei um erro de palmatória, talvez tão grande quando me meti com os filhos da mãe da Vodafone porque fui humilhado pelo meu médico em frente dos enfermeiros que preparavam os remédios, infusões de soro e remédios semelhantes que eram para ser dados aos doentes internados no serviço C8 do IPO.
Eu já estava completamente lixado da cabeça, para não dizer mesmo f… dos cornos por causa das enxaquecas como por causa do mau ambiente aqui na pensão como outras coisas que me deixam sempre mais na merda do que antes mas ser humilhado e repreendido pelo meu médico foi demais.
Já penso em desistir de ser doente do IPO, mas não posso ficar sem tratamento; nem sei muito o que fazer talvez acabe por fazer queixa ao chefe da neurologia e talvez acabe por ser o mais acertado, acho eu; e no problema do telemóvel já sei como hei de resolver mas em relação a este problema ainda não tenho nada de certo.
A grande novidade é que tenho alergia ou intolerância aos óleos de soja e de girassol porque de resto só tenho esperança que me mantém animado mas ainda não sei mais nada.
A única coisa que quero mesmo a sério, ainda mais do que a cura da asma e da outras minhas maleitas é ter uma casa através da CML porque de certeza é muito mais digno que essa merda de pensão…


(Data de Rascunho: 8/12/08)

Tempus Fugit…Mas Se Repete

Tive que devolver de novo a gramática para poder comprar uma impressora para imprimir as cartas e sobretudo porque a minha mãe deu uma parte choruda do seu 13º mês a minha irmã como prenda de natal para não sermos assaltados nas compras por ela nas compras do mês.
No entanto não pude esquecer que praticamente passou um ano de provação e parece que a situação se vai tornar mais preta ainda porque querem colocar a minha mãe no quadro de excedentes e como não fosse merda suficiente para me moer a cabeça o computador se avariou, a minha sorte é que tenho as cartas todas numa pen drive senão também se perdiam.
Nem sei se por coincidência ou de propósito dei o nome de “Cadela no cio” ao portátil e a um ano perdi a minha amada cadela, um choque do qual ainda não me refiz mesmo passado um ano.
Para ajudar voltei a ter ideias suicidas mas um banho de chuva me acalmou em parte mas por outro lado me recordou o dia mais triste da minha vida que foi o dia em que a minha irmã nos pôs na rua da sua casa e perdi todos os meus animais.
É caso para dizer foda-se para tanta dor porque além de ter ficado internado na neurologia do hospital de S. José devido a um aumento das dores de cabeça e onde vi um velho mais morto que vivo fazendo os mesmos disparates que a minha avó fazia antes de morrer e no sábado, dia 6, quando fui por o portátil no arranjo na Worten do Colombo vi um miúdo que talvez tivesse a idade do meu sobrinho mais velho (vendo pela altura da criança), ou seja, cerca de dois anos de idade que está a travar a luta da sua vida, a lutar contra um cancro e os tratamentos o debilitam tanto que a criança não consegue andar, estando agarrado a uma cadeira de rodas enquanto vi isso, chorei, chorei muito mas por dentro e me veio a memória o dia 30/09/05 (ver blog: www.reporter007.blogs.sapo.pt entrada deste mesmo dia) quando me lembrei dos meus pequenos colegas de hospital e os olhei de frente quando passei no pavilhão do Lions Club, e em que chorei mais porque me senti impotente para ajudar aqueles anjinhos e anjinhas que apesar de estarem a brincar estão a lutar como gigantes e um desses anjinhos me olhou olhos nos olhos nesse dia e chorei tanto e blasfemei tanto e estava tão perdido quando caminhava para a minha antiga casa não ligava
a nada nem aos carros nem a nada e chorei como fosse um pai ou uma mãe desses grandes lutadores.
Bem esperança, tenho muita apesar de tudo porque enviei mais cartas a pedir ajuda e acabamos por ir a Legião da Boa Vontade onde nos deram um prato de sopa a cada um e algum pão, amanhã vamos lá para ver se temos direito a uma dádiva de comida porque o que sobra do salário da minha mãe é pouco ou mesmo nada.
Dado que estamos perto do natal, o milagre que queria era ter uma casa, a minha mãe manter o seu emprego e que as crianças no mundo sofram menos, acho que não estou a pedir muito mas todos nós temos esperança e temos direito a 3 milagres.
Espero em breve fazer algo que o grande João Paulo II fazia quando visitava um país pela primeira vez que é beijar o chão; e o farei o mesmo quando entrar na minha nova casa e espero fazer isso em breve


(Data de rascunho 25/01/09)

Estrada dos Dias de Esperança Mas Foi Uma Estrada de Lágrimas

Bem, estes dias têm tido mais lágrimas do que esperanças ou sorrisos por muito ténues que sejam apesar de serem dias de festa que para mim estão condenados a serem apenas mais uns quantos feriados com a monotonia típica dos feriados onde nada acontece e nada se faz.
A minha maninha nos convidou para passar o Natal na casa dela mas a única grande vantagem desta deslocação sem ser o acto de ver as crianças foi ter saído por alguns dias daqui da pensão e deu para mudar para uns ares mais gélidos do que os daqui.
Na semana do Natal que aqui em Portugal é o pior feriado que existe porque boa parte dos seres habitantes desta nesga de terra, deste monte de esterco a beira – mar plantado e que não passa de ser o cu da Europa são do mais cínico, maquiavélico, falso e traiçoeiro do que vocês leitores e leitoras possam imaginar, e nesta mesma semana a minha sobrinha do meio, ou seja, a minha sobrinha mais nova foi passar o Natal à casa do pai dela e a minha irmã ficou impossível de se aturar naqueles dias e chegou-nos a por na rua no dia 27/12/08, e não sei se foi por na altura estar com alguns dias sem tomar a minha medicação e talvez por isso “desliguei” por fracções de segundo e coloquei mal o pé e o meti entre o degrau do comboio e a plataforma da estação da Póvoa e cai, me magoando a valer.
Mas no dia 31 do mesmo mês quando aguentava uns restos da inflamação causada pela queda quatro dias antes, mesmo no final da tarde a minha maninha veio com as urgências dela e nesse hiato de sete dias entre a véspera de Natal e o fim de ano se separou duma maneira que ainda não entendo qual o motivo real de tal acontecimento.
Contudo eu não queria ir nem sei porquê, só sei que comecei a disparatar e no fim das contas lixei o êmbolo da minha caneta de aparo especial e parti uma caneca mas acabei por ir com remédios a menos e caminho duma semana verdadeiramente infernal em termos de saúde.
Acontece que na casa da minha irmã fomos pau para toda a obra, verdadeiros escravos e para ajudar a este inferno e como vos disse em cima levei remédio a menos e por ter ido contrariado fiz uma “birra”fiz jejum total mas as crianças me convenceram a parar com tal jejum mas mesmo parando com o jejum tive uma convulsão mas consegui voltar pelo meu próprio pé.
Neste espaço tive de trocar de computador e a minha mãe sofreu a puta duma penhora das finanças e graças a essa mesma penhora as letras da “Cadela no cio tiveram que ficar penduradas e vamos ter que combinar acordo com a financiadora.
No entanto nem tudo é mau porque já me portaram o número de telemóvel a Zon Mobile (finalmente) mas ainda tenho que arranjar forma de pagar o excedente aos chulos da Vodafone e nessas voltas levamos tampa do parlamento mas já tenho resposta pronta para enviar ao senhor deputado que nos mandou delicadamente passear e nesses dias que estivemos ausentes houve aqui uma vistoria da CML que foi o suficiente para acabar com o barulho mas a droga continua a entrar.
O milagre de Natal que tive foi o carinho dos meus sobrinhos e sobrinhas e ainda tive um bom CD como prenda, mas aquela prenda ansiada ainda não a tive mas sinto que um dia desses talvez quando menos esperar terei essa mesma prenda.

A esperança é muita mas tenho passado noite horríveis com dores, alucinações e pesadelos e por consequência tenho que voltar a tomar os sedativos fortes para serenar o cérebro, e pelo calendário chegarei aos 30 na Sexta-Feira Santa.
Mas isso não me preocupa, apenas quero este pequeno sonho realizado, que é ter uma casa por que de resto tudo me é indiferente, apenas sei que o suicídio nada me adianta embora me sinta melhor sair daqui nem que seja por 10 minutos mesmo que caia um dilúvio do que passar os dias aqui. Não apenas o clima está triste bem como o calendário prega partidas porque à data deste rascunho passam 5 anos sobre uma das datas mais tristes, datas quer seja para mim como para o mundo da bola que foi e sempre será o dia da morte do eterno nº 29 do Glorioso, Miklos Feher e na mesma data vi um dos cães da minha irmã a morrer, estrebuchando com pavovirose.
Como um grande músico feito decididamente feito nos céus ou lá criado disse quando estava a despedir-se do mundo dos vivos “The Show Must Go On” e essa simples frase é uma das mais puras verdades porque as tristezas e as alegrias do passado, tal como os nossos erros que é nos ensinarem.
E muita tristeza senti quando fui passar o Natal a casa da minha irmã mas a guardei para mim e apenas para mim…


(Data do Rascunho 27/01/09)

De Nem De Tudo Me Lembra

Quando fiz a entrada anterior me esqueci de mencionar tudo que me aconteceu e senti e que foi e é a génese dessa mesma entrada anterior.
Dei aquele título porque quando ia no táxi que nos levou por aqueles relativamente tortuosos +/-20 km que separa a estação ferroviária da Póvoa da casa da minha irmã em Vialonga me recordei do dia em que perdi a casa onde a minha família morou durante 7 gerações, quando perdi a minha casa e me senti mais despido do quando me despiram quando fui atropelado em 1997 e me pus a pensar nessa insana provação e comecei a chorar, mas a chorar por dentro nem sei porquê ou talvez saiba.
Ainda não pude readquirir a minha gramática de alemão mas espero voltar a ter - la até mesmo porque acabei o livro Alemão Sem Mestre da Lello e Irmão e estou no final do guia de conversão cuja cópia serve de treino para mim para entender a língua de Goethe e de Einstein pelo menos na forma escrita de forma que leia boas publicações como a revista Der Spiegel como leio as revista francesas de ciências, mas meus amigos e minhas amigas esta entrada era para ter outro título completamente diferente.
Outro título mais “à la portugaise” que seria “Saudade não mata mas mói e muito” e seria esse título porque sinto o meu coração apertado por saudades de muitas pessoas e de muitas que coisas que perdi nestes tempos de provação.
Tenho saudades de ter uma casa, saudades da minha avó, do grande Papa João Paulo II e de muitas outras pessoas e outras coisas se as fosse a mencionar aqui não haveria caderno de rascunhos que chegasse para mencionar todas as minhas saudades.
Saudade, palavra única da portugalidade que apenas existe na lusofonia e em mais lado nenhum e que em apenas numa única palavra que resume o sentimento de falta da coisa, do ser ou da pessoa amada que, apenas nós Lusitanos Lusíadas conseguimos inventar, criar e espalhar pelas sete partidas do mundo.
Muitas saudades, sinto e sentirei, mas a saudade é o lembrar de algo ou de alguém de bom que apareceu na nossa vida como seres humanos, mas contudo há pessoas das quais não sinto nem sentirei saudades na minha vida e isso vos asseguro.
Bem, mudando de assunto, em mim a esperança de sair dessa provação não esmorece e estou a espera ao mesmo tempo que estou atento ao que se passa a minha volta para ver se poder haver algo para ser usado forma de acelerar a saída deste cortiço porque cada dia que passa custa mais a passar.
O tédio é muito e cada vez mais a minha mãe está a ficar insuportável, insuportável na mesma proporção em que as minhas dores aumentam sejam elas do que tipo for. Não sei se esse estado de humor da minha mãe se deve a nossa situação ou se deve a sua situação laboral e ainda por cima ela se está a aproximar dos 60 anos que para muitas mulheres chega a ser pior que a menopausa, enfim as leitoras desse recanto poderão com toda a certeza um comentário machista mas é uma forma de ver a situação do meu mundo.
Apenas esperança me move para aguentar esta demasiada longa provação da qual espero ver o seu fim em breve porque cada vez tenho mais dores físicas e as dores da alma que não têm cura fácil continuam a aumentar.
Mas como disse um dos maiores homens do mundo e uma das almas mais iluminadas do mundo: “Um ser humano para saber o que é o sofrimento tem que sentir o sofrimento” e é das mais pura das verdades que aprendi porque apenas sentimos a falta das pessoas ou das coisas quando as perdemos mesmo que seja uma perda temporária porque no dia em recomecei esse doloroso relato perdi o tino a este caderno e fiquei bem triste e nervoso da mesma forma como tivesse perdido algo ou alguém de muito querido a título definitivo.
No fim das contas apenas quero voltar a ter um castelo porque como todos e todas sabem a casa dum homem é o seu castelo e todos nós somos príncipes do nosso reino e temos direito a um castelo…


(Data de Rascunho 30/01/09

Grandes Chatices

Essa semana ou quase semana me tem sido madrasta em relação ao sono porque tenho tido constantes alucinações e tenho que aguentar com um aumento da medicação.
Os chulos da Vodafone me escreveram hoje a me moerem os cornos devido ao excedente que ficou por pagar quando eu caí na esparrela de me meter na assinatura deles, mas não vão ficar sem resposta e vão levar com uma proposta de acordo e se não a aceitarem uma queixa nas autoridades competentes porque enquanto fui cliente deles fui enganado constantemente.
Para adicionar a lista de chatices anda algum desocupado a usar o meu antigo número de telemóvel para me lixar ainda mais o juízo do que já está de si lixado e nem sei qual a intenção de constantes chamadas.
De resto vai tudo mais ou menos na mesma pasmaceira esperando por aquilo que é nosso por direito e que nunca mais chega ninguém sabendo porquê. A única certeza é que vou passar a semana com um aspecto um pouco estranho devido ao aumento provisório (espero eu) da dose da medicação da noite para as alucinações pararem duma vez e caso não parem, vai ser uma grande porra e nem sei como me vou safar.
E a esperança continua como alimento do nosso espírito até alcançarmos o fim desta maldita provação e espero e que se espera que o tempo de espera seja o mais curto possível….



(Data de Rascunho: 01/02/09)

Estranhas Coincidências

Pouco mudou na minha vida nestes dias sem ser o aumento da dosagem do remédio da noite, esse pouco que tem mudado tem sido um aumento das saudades de tudo que amei nestes 30 anos, tanto de coisas como das pessoas, essas saudades aumentam na mesma proporção que aumenta a minha esperança.
As coincidências estranhas que me têm acontecido é que aqui na pensão onde sobrevivemos; porque outro casal de hóspedes estranhos veio para aqui; mas destes se sente uma aura mais sulfurosa que os outros que passaram por aqui e por isso a insegurança aumentaram para outro nível nunca sentido aqui.
É possível que algo tenha que ser feito mas não sei o quê e mesmo caso caíssemos na estupidez de ir para o pé da minha irmã nos daríamos bem pior do que aqui. A ver vamos, que desfecho isso vai ter mas não me tira o sono caso não me invadem o meu burgo porque aí viro bicho com toda a certeza.
Os dias têm passado e esse isolamento tem servido para nos calejar e para nos mostrar como são as pessoas na sua real forma sem nenhum estuque para lhes modificar o aspecto para algo menos tenebroso.
A esperança continua mas respostas nem vê-las, no entanto acredito que as respostas nos tirarão deste inferno e elas chegarão quando menos esperamos por elas…



(Data de Rascunho 04/02/09)

Coisinhas Boas

Uma das cartas que escrevemos teve uma resposta que nos fez respirar um pouco mais neste mar de provações que está bem longe de acabar.
Hoje tive que trocar os fones porque deram o berro nem sei porquê mas como estão dentro da garantia me deram outros e tudo ficou resolvido na maior das calmas como se quer.
Mas nem tudo é bom porque ontem fui parar ao hospital devido a uma crise de asma que só me deu chatices e para ajudar apanhei com a besta dum enfermeiro que foi uma bela peça na triagem mas tive a sorte de apanhar na urgência uma médica que foi aluna da minha médica de Santa Marta e de facto foi bem ensinada.
No caso do reforço do seroquel tenho que ir ao meu médico porque algo não vai bem e já tinha que sentir alguma mudança mas está visto que tenho que ir moer a cabeça ao meu médico para saber o que se passa ou se tenho algum aumento na medicação ou se tenho que fazer algum exame.
Podia estar pior mas acredito que vem algo de bom nesta vida nos dias mais próximos que estão para vir, sinto muita energia positiva que é bem bom ou foi por ter levado com chuva na cabeça quando fui trocar os fones.
A esperança me alimenta a alma como o pão alimenta o corpo, tanta esperança que espero chegar ao fim desta provação que já dói demais e estou a sentir que o fim já esteve mais longe do que está….


(Data de Rascunho: 07/02/09)

Ñão se Pode estar Sempre Bem neste Inferno

As alucinações continuam e na quinta-feira vou falar com o meu médico para ver o que ele tem para me dizer, o quer fazer no que concerne neste problema que literalmente tira-me o sono.
No inferno onde sobrevivemos, a recepcionista nos colocou em fel e vinagre ao ponto que a minha mãe teve um ataque de pânico e tive que abanar a minha mãe para ver se ela se acalmava e na volta esta mesma recepcionista veio deitar água na fervura, mas não nos deu uma carta que veio para nós na sexta-feira e só a recebemos hoje.
Houve aqui regressos, regressos evitáveis porque quem voltou foi a mulher dum ex-hóspede que trafica e consome drogas com um namorado, ou amante que pelo aspecto é do piorio tendo a cobertura total da recepcionista que fica de segunda a sábado de dia, o que acho muito estranho.
Para quem escrevemos vai saber o que se passa aqui porque aqui há algo de esquisito, que cheira mesmo mal, mesmo a podre, cheira mesmo a esterco do mais podre, por isso temos que aprender a lidar com os animais que esvoaçam por aqui porque não se pode confiar em ninguém porque aqui não se pode confiar em ninguém porque aqui não se pode confiar em ninguém porque aqui são traiçoeiros como as cobras e mesmo assim há cobras menos traiçoeiras do que as bestas andam por aqui.

Espero que possamos sair daqui o mais depressa possível porque aqui cada vez é mais impossível se sobreviver neste inferno e hei-de arranjar forma de se saber toda a merda que se passa aqui.
Esperança, tenho muita, esperança em dias melhores; dias fora deste inferno porque a minha saúde se ressente com esta porcaria toda que nos está a prejudicar e quando o dia da alegrai extrema chegar será para mim a cura de todas as doenças que me chateiam os cornos….


(Data de Rascunho: 14/02/09)

Chatice e Estranheza

Nestes dias o problema das alucinações está em fase de resolução com um aumento da dosagem do remédio que tomo a noite para uma dose adequada para a minha massa corporal ou então este aumento pode ser uma medida extrema para as alucinações pararem e além deste aumento tenho que tomar umas cápsulas para conseguir dormir decentemente.
Na véspera da ida ao médico fomos surpreendentemente visitados por dois supostos polícias que apenas vieram dar ou fazer sugestões que podem considerar idiotas porque até o que eles nos sugeriram, já nós fizemos ou estamos a fazer e ainda nos disseram para irmos a Santa Casa que quando nos deram a verba para a caução da renda do quarto disseram que não nos ajudariam em mais nada e até mesmo com a merda da penhora não nos ajudariam em tempo útil.
E por falar em problemas, o problema das letras do computador vai ser aparentemente resolvido a bem, embora eu esteja relativamente optimista em relação a resolução destes problemas, por vezes fico na dúvida porque mais que tente abrir os olhos a minha mãe aos animais traiçoeiros que por aqui andam e ela nunca me dá ouvidos e eu já chego a ficar para lá de farto de tanta cegueira e de tanta estupidez, sinto mesmo vontade de largar tudo e de me fazer a vida e sinto esta vontade porque a minha irmã mandou a minha mãe as urtigas e é adorada e eu que acabei com o meu primeiro e até agora único namoro que tive fora dos chats para não a deixar abandonada e afinal a paga que tenho é não passar dum desgraçado e ao mesmo tempo faço figura de secretário e contabilista apesar da minha mãe ter o curso de secretariado e não saber escrever uma simples carta.

Mas se eu tomasse essa atitude seria uma séria e violenta violação contra tudo o que sou e contra tudo em que acredito e não me quero igualar a ninguém mas a paciência se vai esgotando e daqui pouco chega ao fim, bem com as anotações dos tais polícias talvez chegue ao fim desta provação e tenho esperança que este fim já esteve mais longe do que já esteve mas mesmo assim quem tem as nossas denúncias vai ficar a saber desta estranha visita.
Espero ter a alegria suprema de volts que nos foi roubada há um ano e em relação ao aumento da medicação que seja temporário e que as minhas maleitas passem, mas a esperança que tenho em relação ao recuperar o que perdi é o meu pão de cada dia, o pão do espírito que me dá força para aguentar estas desilusões e ainda vou tendo pão para o corpo….


(Data de Rascunho 27/02/09)

Dias que Passam

Dia que passam e que passaram com outro regresso indesejável que eu prefiro o ignorar para manter a minha saúde porque já tomo remédios demais para um corpo só.
O curto salário da minha mãe deu para tudo ou quase tudo, até para um reforço no meu material de escrita porque até já vou a meio deste primeiro rascunho, ou melhor falando, caderno de rascunhos, para um blog que espero passar para livro para contar ao mundo essa minha provação, aproveitando o outlet da Papelaria Fernandes.
Nestes dias para aumentar esta muito estranha sensação que, nós humanos, vivemos em ciclos e digo isso porque agora o dono da pensão onde estamos mandou que nos dessem parte da comida que é feita na outra pensão onde passamos os primeiros dias desta provação e se temos este retorno no ciclo da vida, sinto que é um sinal que o final desta provação está próximo.
Ainda hoje fomos a Legião da Boa Vontade buscar algum comer, foi pouco mas foi dado de boa vontade, embora me custe a engolir que a minha irmã estando a trabalhar numa padaria não nos dá nem um pão que seja, mas enfim as atitudes ficam para quem as toma.
Nesse ponto tivemos alguma para não dizer bastante sorte porque o supermercado Modelo baixou o preço do pão para cinco centavos e assim podemos comprar pão sem ter que estar a espera de ninguém nem as tenças de seja quem for.

Ainda espero para encontrar a luz no fim desta provação que cada vez, sinto mais próxima e a esperança é um caminho para a certeza que é o fim da presente provação…


(Data de Rascunho: 24/03/09)

Esperanças Pendentes

Neste mês de ausência tem acontecido muita coisa que me tem deixado por vezes no limite do desespero, outras vezes fico desiludido com alguns desfechos que me arrasam com os nervos.
No caso da asma bastou um pequeno aumento da dose com a inserção de dois remédios novos que me estabilizou os brônquios, o que me deu uma paz e serenidade que já fazia muitas décadas que não sentia, mas por outro lado há acontecimentos que nos lixam mais a vida.
Por exemplo, no trabalho da minha mãe nos lixam de qualquer maneira porque só fazem merda com a porra da penhora fiscal aumentando os descontos sobre o salário da minha mãe nos deixando cada vez com mais miséria.
O meu segundo mp3 foi para o arranjo e a Câmara Municipal nos deixou pendurados esperando e desesperando por uma casa e depois a provedoria de justiça meteu o bico na situação da minha mãe e na quarta-feira dia 25vamos a Junta Médica.
No meu espaço do sapo publiquei um artigo sobre o cancro infantil que tem aumentado as visitas do dito espaço e espero ter mais momentos inspirados no futuro mesmo apesar de a neurofibromatose me estar a aparecer no pescoço e na cara.
A luta é muita mas quando for para desistir, já estarei morto; por isso sempre hei-de continuar a lutar porque até tenho conseguido alguns incentivos como o concurso do Mc Doanld’s que já me rendeu umas colunas para o mp3 bem práticas para a fase decisiva do futebol nacional o qual acompanho sempre pela rádio.
Mesmo apesar de nos terem posto nos casos pendentes jamais em tempo algum vamos desistir de ter os nossos direitos de volta seja de que forma for…







(Data de Rascunho: 30/03/09)

Sou uma valente besta e não mereço viver

Um ataque de fúria me matou boa parte da minha força de viver e da minha alma porque fui uma besta e destrui o meu mp3 e foda-se me tornei um assassino porque assassinei o meu melhor amigo nestes dias de provação e com a dor que cause a minha mãe não mereço ser perdoado.
Matei algo de muito querido para mim há perto de quatro dias, não tenho dormido decentemente nestes dias, a minha mãe pediu ajuda ao meu médico e ele não ligou e a única que me deu algum consolo foi que a minha mãe voltou a trabalhar que é de facto uma ajuda nesta maldita provação que tornei mais dolorosa com as minhas mãos que deveriam de ser decepadas pelo que fizeram e eu já não deveria de existir porque sou uma besta, sou um peso para a minha mãe e a única ajuda que dou é tomar conta do meu afilhado.
Dei cabo dos nervos do miúdo, matei o meu amigo e companheiro de luta, sinto-me neura e triste sem ânimo para viver porque tem tido demasiados desgostos e a vida tem sido madrasta demais para mim.
Porra, porque sou assim tão inútil, sinto pouco amor pela vida porque estou a lixar a vida a outras pessoas que me são queridas e sinceramente duvido da utilidade dos remédios em especial dos da epilepsia porque caso fizessem algo isso não teria acontecido…


(Data de rascunho: 17/04/09)

Três Décadas

Três décadas de vida é muito tempo na vida duma pessoa e em especial se essa vida foi talhada em sofrimento como a minha vida tem sido talhada, sim com muito sofrimento.
A minha infância foi uma “não - infância” devido a um processo de poder paternal que foi longo demais para o que deveria durar e talvez por isso tenha nascido a minha primeira chaga, a asma, a qual me marca mas sem as dores de outras ocasiões quando esta chaga me pregava no hospital durante horas e horas.
Nos anos mais recentes vieram outras chagas, mas estas vieram em pacotes como fossem shampoos 2 em 1; foi o começo da presente provação e o surgir de duas doenças: neurofibromatose tipo 1 e da epilepsia; mas ao contrário da asma que veio perdendo força nos tempos mais recentes; essas duas chagas parecem o mar porque há alturas que essa chaga parece que se vai transformar numa cicatriz mas logo depois volta a se abrir uma ferida profunda como os abismos do mar ou do espaço sideral.
Sim, sinto-me farto de tomar remédios constantemente num ciclo sem fim de piora/melhora que nunca mais se estabiliza numa estabilidade como a da asma.
Não culpo os meus médicos nem a minha família por essas chagas embora talvez culpe parasitas estranhos que as provocam ou as aumentam de alguma forma; mas como ponto assente e regra deste blog não enumero nomes de pessoas mas apenas o relacionamento ou a ligação que as pessoas mencionadas têm ou tiveram comigo.
Como podem ver peno muito e andarei a penar até chegar a mui querida luz ao fundo do túnel que quando parece estar próxima, se afasta qual mito ou lenda de Tântalo embora eu não tenha feito nenhum banquete infame como esta figura mitológica fez; enfim me apenas resta esperar…

Introdução aos meus desabafos

Não me tem sido possível actualizar esse recanto como queria e tenho que publicar os artigos que fiz num caderno para depois publicar aqui num bloco só, mas as datas originais dos artigos são as datas de rascunho, os próximos serão publicados de forma normal, mil desculpas